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Magic: The Gathering Arena — Conheça o card game e confira nossa entrevista com Carol Moraes!

Desde muito nova eu fui fissurada por jogos analógicos: passava horas namorando as artes elaboradas dos mais variados jogos de cartas, imaginando cenários empolgantes para campanhas de RPG e algo que não podia faltar era uma jogatina de tabuleiro quando a família se reunia.

Magic: The Gathering ArenaTendo isso tudo em mente quando fiz minha visita à BGS desse ano, entre uma diversidade de desenvolvedoras de jogos virtuais, periféricos e acessórios, o estande de Magic: The Gathering Arena era onde eu queria ficar e não sair mais. Eles estavam apresentando a versão final do game e você podia passar um tempo jogando em uma das diversas máquinas disponíveis, assistir no telão partidas rolando, ganhar códigos para liberar boosters virtuais e até comprar cartas e baralhos na versão impressa. Sendo fã de carteirinha desses jogos analógicos old school, fui conferir a novidade que consiste basicamente de uma versão online maravilhosa de Magic: The Gathering.

Com sistema de ranks, boosters a preços acessíveis e a possibilidade de você convidar teus amigos pra jogar um X1, essa versão do jogo é perfeita tanto para os jogadores casuais como eu, que não estão muito na vibe de torneios nas lojas, quanto para aqueles jogadores mais experientes e competitivos, por possibilitar o treino e partidas a qualquer hora, com adversários do mundo todo.

Eu já era viciadona na versão beta deles, principalmente porque os recursos da versão virtual do jogo são perfeitos pra quem quer ter aquela visão bem ampla de montagem de decks — enquanto você monta teu baralho, dá pra ir acompanhando como está sua curva de mana, porcentagem de terrenos em relação ao resto do deck e ainda dar uma conferida no que tem disponível para compra. Além disso, o jogo te dá desafios diários para cumprir, com premiações que vão desde moedas até boosters e decks iniciais completos! Com o lançamento oficial, todos esses recursos aplificaram e ficaram ainda melhores.

Mas se você nunca jogou Magic e não faz ideia do que eu tô falando, tudo bem também! Logo que você instala o jogo já rola uns tutoriais maneiros pra aprender a jogar rapidinho! Só aviso: Magic é um jogo altamente viciante e eu não me responsabilizo se te empolgar tanto que você vai querer comprar seu baralho em versão impressa pra ir jogar na loja com o pessoal (que foi o que aconteceu com quem vos fala)! Hahaha

Magic: The Gathering ArenaPara complementar toda a experiência divertidíssima no estande, tivemos a incrível oportunidade de conversar um pouquinho com a Carolina Moraes, coordenadora de comunidade da Wizards of the Coast:

GXP: Como coordenadora de comunidade, como você tá prevendo que vai ser o Magic nessa plataforma virtual? Porque sempre foi um jogo tão tradicional e agora tá crescendo demais com essa nova plataforma, né?

Carol: Essa tua pergunta faz absoluto sentido. A gente percebe que é muito mais acessível e à vontade para algumas pessoas poder fazer o tutorial em casa no MTG Arena no seu tempo, com calma, do que necessariamente sentar com o coleguinha pra aprender a jogar ou ir numa loja — para muitas pessoas, ir numa loja é um pouco intimidador. Então é muito legal você saber que agora o jogo tá mais acessível, não só porque o Magic é Free to Play, mas ele tá todo em português (brasilero), você tem esse conforto… é uma questão de escolha. É como se a gente ampliasse a oportunidade e acessibilidade para comunidades. Se você é gamer [e pensa da seguinte forma]: “quero aprender a jogar e eu quero ir pra loja; quero sentar na mesa, olhar olho no olho junto da galera”, isso continua rolando, a gente continua organizando os nossos eventos de boas vindas, […] o Magic Open House. E é o mesmo esquema; você vai na loja, ganha um deck de boas vindas (enquanto durarem os estoques é claro) [risos]… ou se você se sentir mais à vontade, baixa o MTG Arena no seu pc, faz o tutorial, já começa a jogar e manda bala!

GXP: E como vocês estão prevendo que vai se desenrolar esse sistema rankeado do MTG Arena? Vocês acham que vai crescer muito como esses jogos fortes em rank tipo League of Legends? Porque o foco competitivo do Magic sempre foram os torneios…

Carol: O Magic tem as duas coisas; sei que é meio batido eu falar isso, […] mas as duas coisas andam paralelas naquela coisa do competitivo — que é legal no MTG Arena porque ele é mais acessível, então você pode jogar do conforto da tua casa. Você entra ali na rankeada, vai subindo de nível até chegar no nível máximo que é o Mythic; chegando no Mythic e sendo um dos primeiros, você já passa naquela temporada pra um evento classificatório, joga — e é competição hardcore e com gente do mundo mundo inteiro, a gente não tem servidor por região, não. Se ganhou, vai jogar Mythic Championship. E aí gente, é premiação sem dó. Esse ano já foram 10 milhões de dólares, ano que vem continua 10 milhões. Cada campeonato Mythic Championship tem 750 mil dólares em premiação — é coisa pra caramba. Só o primeiro lugar ganha 100 mil. A gente tá investindo muito.

E se você está de boa de competir, o MTG Arena não tem só rankeado. A gente tem o “só jogar por jogar” como também temos os eventos que chamamos de “evento groselha”. Eles podem ser divertidos, zoeiros… tentamos fazer eventos temáticos. Vou dar o exemplo da nossa nova coleção Trono de Eldraine: como a coleção é temática de contos de fadas, com lendas Arturianas, percebemos que são temáticas que tem comida pra caramba envolvida… então comida é uma mecânica nesta edição. Para os próximos meses, com o dia das bruxas, dia de ações de graças nos Estados Unidos e natal, nós vamos tentar fazer uns eventos que brinquem com essa temática de comida e que sincronize com eventos que rolam de qualquer maneira mês a mês, pra engajar o pessoal que é mais casual e só quer jogar o Magic pra zoar e se divertir.

GXP: É, eu sinto muito isso, que aumentou a quantidade de jogador casual. E falando nisso, acha que aumentou a quantidade de jogadoras mulheres?

Carol: Aumenta! Justamente por isso, eu sei que pra muitas meninas, você sair da sua casa pra ir pra um ambiente que você não conhece, como uma loja… bate aquela insegurança. Então você poder jogar em casa é muito mais acessível. A gente nota sim o aumento no número de meninas, principalmente de streamers. Então primeiro as meninas começam a jogar, depois vemos as garotas streamando… eu acompanho as meninas, começo a seguir elas no Twitter, ver algumas lives, é muito legal. A gente sabe que o próximo passo é ela se empoderar e falar “vou pra loja sim”, sentar lá e jogar com os caras.

GXP: É, então, o Garotas Mágicas [grupo no Facebook para meninas que jogam Magic] foi o que me impulsionou a jogar! Eu nunca joguei competitivo e nem pretendo porque acho que a ideia é só se divertir mesmo, mas acho que foi o que abriu o caminho pra mim, porque naquela época dos 12 anos era “coisa de menino” jogar Magic. [risos]

Carol: Mas é o que eu falo, quando você estuda a indústria, percebe que nada passou de uma estratégia comercial, de propaganda, muito forte no final dos anos 80 e início dos anos 90 e por questão de paradigma, as pessoas continuaram reproduzindo esse discurso. Mas nunca foi assim, desde o início gaming sempre foi algo para todos.

GXP: Verdade! E você joga no MTG? Tem ranking?

Carol: Sim! Eu não jogo construído, jogo limitado. Eu gosto de jogar draft, é o formato que eu mais curto jogar no MTG Arena. Não que eu seja boa, mas… [risos]

GXP: Você jogaria comigo?

Carol: Hoje? Jogo, claro!

Magic: The Gathering ArenaE a gente jogou, galera! Me diverti absurdos levando uma surra da Carol! Hahaha

Se alguém aí que estiver lendo também anda viciado no MTG Arena, me conta teu formato favorito, que tipo de deck é o teu favorito e chama pro X1 nos comentários! ;D

Até a próxima!

Sobre o autor

Steph

28 anos, rpgista, viciada em Netflix, com um amor declarado por batata frita e um sonho de possuir todos os jogos de tabuleiro do mundo.

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